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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Células-tronco: opção para tratamento de certas doenças renais

Células-tronco: opção para tratamento de certas doenças renais

Vilma Homero
 
Marcelo Morales durante evento
científico. (Fotos: Divulgação) 
Não se trata apenas de um nome complicado. A glomeruloesclerose segmentar e focal (Gesf) é uma doença renal que se traduz em poucas esperanças para seus pacientes. À base de corticoides e imunossupressores, o tratamento nem sempre tem boa resposta, já que parte dos doentes desenvolve resistência aos medicamentos e o quadro acaba evoluindo para insuficiência renal crônica. Com indicação para a hemodiálise, esses pacientes terminam engrossando as filas de transplante.  “Isso sobrecarrega e onera o sistema público de saúde. Logo, contar com uma alternativa que impeça essa evolução e permita que esses pacientes consigam viver como doentes crônicos e com melhor qualidade de vida já é um grande avanço”, fala o médico Marcelo Morales, que estendeu suas pesquisas sobre o emprego de células-tronco no tratamento de doenças pulmonares, como a silicose e fibrose cística, para doenças renais, como a Gesf e a nefropatia diabética. Ele acredita que, também nestes casos, em que há lesão renal, as células-tronco sejam uma opção eficiente.
É fácil entender por quê. Na silicose pulmonar – provocada pela inalação de poeira de sílica, que afeta principalmente operários da construção civil e empregados que trabalham com lapidação de jóias ou com jateamento de areia em cascos de navio –, um processo inflamatório lento e contínuo vai gradativamente transformando o tecido pulmonar em tecido cicatricial. “Pouco a pouco, esse tecido, responsável pela troca gasosa, vai sendo substituído por tecido fibroso, dificultando cada vez mais a respiração. Com isso, o pulmão vai perdendo sua função e o paciente desenvolve insuficiência respiratória”, explica Morales.
Agora,  o pesquisador traça o mesmo caminho em sua pesquisa sobre doenças renais. Isso porque, tal como na silicose, também na glomemuesclerose segmentar e focal, há formação de tecido cicatricial. “Como os glomérulos são conjuntos microscópicos de capilares enovelados, com paredes dotadas de uma membrana capaz de filtrar o sangue, caso eles sejam acometidos, afeta-se a capacidade dos rins em eliminar resíduos metabólicos e toxinas do nosso organismo”, explica.