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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Plasmaférese como tratamento de glomeruloesclerose segmentar focal (GESF)

https://www.researchgate.net/publication/240768794_Plasmaferese_como_tratamento_de_glomeruloesclerose_segmentar_focal_GESF_recorrente_apos_transplante_renal_Relato_de_caso_e_revisao_da_literatura

Plasmaférese como tratamento de glomeruloesclerose segmentar focal (GESF) recorrente após transplante renal. Relato de caso e revisão da literatura

  • A glomerulosclerose segmentar focal (GESF) é uma doença renal caracterizada por síndrome nefrótica, com freqüente progressão para insuficiência renal terminal. Nesta fase, o transplante renal, tanto com doador cadáver como intervivos, aparece como a única opção terapêutica para esses pacientes. Contudo, após o transplante renal, a taxa de recorrência de GESF é alta, chegando até 50% dos casos. Nesta situação, a causa parece estar relacionada a um "fator humoral" circulante, responsável pelo aumento da permeabilidade glomerular. A remoção desse "fator humoral", por meio da plasmaférese terapêutica, aparece como uma boa opção de tratamento para esses pacientes. Neste artigo descreveremos o caso de um paciente masculino de 12 anos de idade, com diagnóstico de glomeruloesclerose segmentar focal recorrente após transplante renal, submetido a tratamento com plasmaférese. Após cinco sessões o paciente evoluiu com melhora sustentada da função renal. O uso de plasmaférese para tratamento da glomeruloesclerose segmentar focal pré e pós-transplante renal ainda é limitado, a maioria dos estudos apresentando resultados de curto prazo ou com pequeno número de pacientes. Alguns fatores preditivos de boa resposta ao tratamento têm sido identificados por diversos autores, dentre eles o início precoce do tratamento após a recorrência e a baixa idade. O número de sessões necessárias para atingir a remissão varia bastante e deve ser determinado individualmente. Outra possibilidade apresentada pelos autores é a plasmaférese profilática, não sendo possível até agora determinar sua eficácia. O caso apresentado é um exemplo de glomeruloesclerose recorrente com ótima resposta a plasmaférese terapêutica, evidenciando o potencial dessa modalidade de tratamento nesta situação e reforçando a necessidade de mais estudos.



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Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(2):193-197 Moraes MC et al
A grande maioria das recorrências é precoce, ocorren-
do dentro de três meses do transplante.
2-5
Casos de remissão
espontânea foram observados, porém, são raros.
6
A obser-
vação de que na maioria dos casos de recorrência a proteinúria
aparece dentro de poucas horas do transplante, sugere a
possibilidade de um fator circulante humoral responsável pelo
aumento da permeabilidade da membrana basal glomerular,
proteinúria e, eventualmente, GESF.
7,8
Savin et al
7
identificaram no plasma de pacientes com
recorrência de GESF uma substância que causa aumento ime-
diato da permeabilidade glomerular em camundongos. Estu-
dos posteriores sugerem que este "fator humoral", com apa-
rente massa molecular de aproximadamente 50 Kd, seria o
responsável pela recorrência de GESF após o transplante
renal.
7
As opções de tratamento medicamentoso para a GESF
recorrente são limitadas, visto que a maioria dos pacientes já
está em uso de imunossupressão com corticóides, tacrolimus
ou ciclosporina, medicamentos utilizados nos casos de GESF
idiopática.
9
A evidência de um possível "fator humoral" tor-
na a plasmaférese uma opção racional de tratamento.
A plasmaférese consiste na remoção do plasma, com
retorno das células sangüíneas, separadas por centrifugação,
em um circuito extracorpóreo. A grande vantagem deste pro-
cedimento está na possibilidade de tratamento de diversas
afecções, a partir da remoção de substâncias solúveis no
plasma responsáveis pela fisiopatologia de várias doenças,
como a púrpura trombocitopênica trombótica, a síndrome de
hiperviscosidade a miastenia gravis, entre outras.
Na GESF recorrente, a plasmaférese atuaria removendo
o "fator humoral", com conseqüente redução da permea-
bilidade glomerular e melhora da proteinúria. Teoricamente,
atuaria ainda prevenindo a recorrência se usada de forma
profilática após transplante renal. Contudo, o uso de plas-
maférese para GESF, pré e pós-transplante renal, apresenta
resultados limitados, sendo que, na maioria dos estudos até
o momento, apresentam resultados de curto prazo ou com
pequeno número de pacientes.
10-12
Relato do Caso
Paciente LHSA, 12 anos, sexo masculino, estudante,
em acompanhamento no serviço de Nefrologia Pediátrica do
Hospital das Clínicas da Unicamp desde julho de 1995, com
diagnóstico de síndrome nefrótica por glomeruloesclerose
segmentar focal, realizado em outro serviço em janeiro do
mesmo ano. Ao início do acompanhamento apresentava aos
exames uma proteinúria de 2,92 g/24 horas.
Durante a evolução apresentou falha no tratamento
com corticosteróides e outros agentes imunossupressores,
com aumento da proteinúria e perda progressiva de função
renal. Evoluiu ainda com hipertensão arterial e hipogama-
globulinemia secundárias, sendo necessárias várias inter-
nações por intercorrências infecciosas ou hipertensão ar-
terial.
Iniciou tratamento dialítico em junho de 2003, quan-
do apresentava proteinúria 8,25 g/24 horas, creatinina
5,67 mg/dL e clearence de creatinina 10 mL/min/1,73 m
2
SC.
Foi submetido a transplante renal de doador cadáver
em 18/07/2005. A imunossupressão inicial foi realizada com
tacrolimus, micofenolato mofetil e basiliximab. Evoluiu com
necrose tubular aguda, caracterizada por oligúria e creatinina
persistentemente elevada, além de recidiva da GESF, caracte-
rizada por proteinúria crescente, superior a 1 g/24 horas, sete
dias após o transplante. Frente ao quadro de recorrência e
com base em trabalhos mostrando resultados promissores
foi optado por realizar plasmaférese terapêutica.
Os dados laboratoriais pré e pós-transplante, assim
como pré e pós de cada sessão de plasmaférese encontram-
se detalhados na Tabela 1.
A plasmaférese foi realizada com o equipamento
Fresenius modelo AS 104 (Germany), de fluxo contínuo,
acoplada ao paciente por meio de cateter central, localizado
em veia jugular interna esquerda. Foram realizadas cinco ses-
sões, em dias intercalados, com início em 27/07/2005 e térmi-
no em 05/08/2005, intercaladas com pulso de metilprednisolona
10 mg/kg/dose. Em cada sessão foi trocada aproximadamen-
Tabela 1: Resultados dos exames de laboratório e correlação com os dias após transplante renal e sessões de plasmaférese
Data (2005) 17/07 18/07 19/07 22/07 23/07 25/07 27/07 29/07 01/08 03/08 05/08 09/08 12/08 16/08
Dias s-TX -1 0 +1 +4 +5 +7 +9 +11 +14 +16 +18 +22 +25 +28
Hb (g/dl) 12,5 9,9 8 5,6 5,7 4,5 7,8 8,8 8,4 7,8 7,4
Leuc (x109/l) 9730 15250 15020 9680 6270 14910 13440 12580 13090 12020 10050
PLT (x10
9
/l) 262.000 255.000 272.000 194.000 222.000 303.000 314.000 348.000 324.000 348.000 397.000
Uréia (mg/dl) 112 111 105 131 180 224 112 151 90 93 89 54 21
Creat (mg/dl) 9,2 8,5 6,55 7,27 8,26 10,98 6,71 7,73 3,77 2,91 1,67 1,18 0,81
prot Urina 3+ 3+ 4+ 4+ NEG
Ptn (g/24h) 1,26 0,66 0,07 0,18 0,06
Procedimentos PF PF PF PF PF
OBS: Datas referentes ao ano de 2005; PF: plasmaférese; Ptn: proteinúria; TX: Transplante renal.
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Moraes MC et al Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(2):193-197
te uma volemia plasmática, sendo o cálculo da volemia reali-
zado para um valor de hematócrito ideal de 40% e o peso do
paciente de 28 kg. Antes do início do procedimento foi reali-
zada infusão de cloreto de sódio 0,9% 100 mL, com o objetivo
de prevenir a hipotensão. O procedimento foi isovolêmico e
como fluido de reposição foi utilizada solução de albumina a
4%, num volume total de 1000 mL por sessão, continuamen-
te, durante todo o procedimento.
O paciente não recebeu transfusão de hemocom-
ponentes durante os procedimentos, contudo, nesse perío-
do foi necessária a transfusão de um concentrado de hemácias
irradiadas (255 mL) no dia 30/07/2005, entre a segunda e a
terceira sessões. O paciente não apresentou qualquer reação
ou intercorrência clínica durante ou após os procedimentos.
Como observado na Tabela 1, o paciente evoluiu com
melhora progressiva dos níveis de creatinina e redução da
proteinúria durante o período submetido a plasmaférese te-
rapêutica, com manutenção dos valores após a suspensão
do tratamento. Quatro semanas após o transplante foi intro-
duzido enalapril 5 mg 12/12 horas.
No último acompanhamento, em março de 2006, no dia
209 pós-transplante, o paciente apresentava creatinina 0,99
mg/dL, proteína urinária de 0.05 g/24h e clearence de creatinina
de 77 mL/min/1,73 m
2
SC.
No Gráfico 1, evidenciamos a influência das sessões de
plasmaféreses nos níveis de creatinina e proteinúria.
Discussão
O uso de plasmaférese para tratamento de GESF recor-
rente ainda não está totalmente estabelecido. Em crianças,
esse tratamento parece ser efetivo, contudo, o resultado em
adultos é mais controverso. Greenstein et al
10
relataram, em
apenas pacientes pediátricos, remissão em cinco de seis (83%)
pacientes tratados com plasmaférese. Diferentemente,
Matalon et al
13
analisaram o resultado do tratamento em 13
pacientes adultos: um paciente (8%) apresentou resposta
completa, um (8%) apresentou resposta
parcial e três (23%) apresentaram respos-
ta parcial, porém ficaram dependentes da
plasmaférese. Os demais não apresenta-
ram resposta.
Outro fator preditivo de boa respos-
ta parece ser o tempo da recaída até o iní-
cio do tratamento com plasmaférese. Vári-
os autores
14-17
observaram que quanto mais
precoce é a introdução da plasmaférese
após a recaída, melhor é a evolução do
paciente, sugerindo que quanto mais cedo
o "fator humoral" for retirado da circula-
ção menor é o dano glomerular.
Greenstein et al
10
evidenciaram que
os três pacientes que iniciaram plasma-
férese até 48 horas da recaída apresenta-
ram remissão mais precoce, dentro de 53 dias. Por outro lado,
dos dois pacientes que iniciaram tratamento após trinta dias
da recaída, um apresentou remissão após 292 dias, enquanto
o outro não atingiu remissão.
Pradhan et al
16
também observaram que quatro de seis
pacientes que iniciaram tratamento até um dia de recorrência
entraram em remissão até 27 dias, enquanto os dois pacien-
tes que não apresentaram resposta iniciaram o tratamento
sete e dezessete dias após o aparecimento da proteinúria.
Em pacientes adultos, o início precoce do tratamento
também parece ser um fator importante de resposta como
observado por Matalon et al.
13
Todos os cinco pacientes
que apresentaram resposta iniciaram o tratamento em até trinta
dias, enquanto sete dos oito pacientes que não apresenta-
ram resposta iniciaram o tratamento após trinta dias da
recorrência.
No caso do nosso paciente, o fato de ser criança e ter
iniciado a plasmaférese nos primeiros dez dias após a
recorrência possivelmente contribuiu para a boa resposta ao
tratamento.
Em relação ao número de sessões necessárias para atin-
gir a remissão os dados na literatura são bastante variados.
Ponticelli et al
18
exemplificaram este quadro quando relata-
ram o caso de três pacientes, cada um com uma evolução
diferente. Um paciente realizou dois cursos de plasmaférese
intensiva, num total de mais de cinqüenta sessões. No último
acompanhamento, após dez anos, ainda estava em remissão.
Outro paciente permaneceu dependente de plasmaférese para
evitar a recorrência e manteve o tratamento por sete anos,
quando suspendeu voluntariamente. Após a suspensão evo-
luiu com síndrome nefrótica e deterioração da função do en-
xerto. O outro foi um exemplo de ótima resposta ao tratamen-
to, com resposta completa e estável após apenas três ses-
sões. Assim, o número de sessões deve ser determinado in-
dividualmente, conforme a evolução clínica do paciente.
A partir desses dados é evidente que quanto mais pre-
coce o início do tratamento, melhor é a evolução e, conse-
Gráfico 1: Influência das sessões de plasmaféreses em níveis de creatinina e proteinúria
196
Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(2):193-197 Moraes MC et al
qüentemente, menor o número de sessões necessárias para
atingir a remissão. No caso do nosso paciente foram neces-
sárias cinco sessões para que fosse atingida a remissão e,
até o momento, no dia 209 após o transplante, não foi obser-
vada nova recaída.
A ocorrência de complicações também deve ser consi-
derada quando se avalia a eficácia da plasmaférese como
tratamento para GESF recorrente. Como a plasmaférese teori-
camente potencializa a imunossupressão, é esperado um au-
mento do número de infecções ou até de malignidades após
o tratamento. Contudo, isto não foi observado pelos diver-
sos autores e, apenas episódios infecciosos isolados foram
identificados.
10,12
Da mesma forma, o nosso paciente evoluiu
sem complicações decorrentes do procedimento.
Todos esses resultados promissores levaram alguns
autores a testar a eficácia da plasmaférese como profilaxia
para a GESF após transplante renal.
Otha et al
11
analisaram o uso da plasmaférese profilática
pré-transplante em 15 crianças com GESF e compararam a
resposta ao tratamento de seis pacientes que não realizaram
esta profilaxia. Apenas dois dos pacientes que não realiza-
ram profilaxia (33,3%) e cinco dos que realizaram (33,3%) ne-
cessitaram de plasmaférese terapêutica. Somente um dos pa-
cientes sem profilaxia (50%) respondeu ao tratamento, en-
quanto todos os cinco que realizaram profilaxia (100%) apre-
sentaram boa resposta ao tratamento. O nosso paciente não
realizou tratamento profilático.
Conclusões
O caso do nosso paciente foi um exemplo de GESF
recorrente de ótima resposta a plasmaférese terapêutica,
com evolução semelhante aos casos de melhor resposta
descritos na literatura. Assim, frente a esses resultados ani-
madores, o uso da plasmaférese terapêutica para os pacien-
tes com GESF recorrente após transplante renal deve ser
considerado, principalmente em pacientes pediátricos e logo
no início do aparecimento da proteinúria. Contudo, essa
avaliação deve ser feita com cautela, levando em considera-
ção a variedade das respostas observadas. Apenas após
novos estudos, prospectivos e randomizados, com um mai-
or número de pacientes, a eficácia desta terapêutica poderá
ser confirmada, podendo então ser adotada como rotina.
Abstract
Focal segmental glomerulosclerosis (FSGS) is a renal disease
characterized by a nephrotic syndrome frequently evolving to end-
stage renal failure. At this stage, renal transplantation, using either
cadaver or live donors, is the only therapeutic option. However,
after renal transplantation relapse is high, at a rate of 50% on
average. The cause seems to be related to a peripheral humoral
factor responsible for increasing glomerular permeability. The
clearance of this factor by apheresis is today considered a good
therapeutic option. We describe the case of a 12-year-old male patient,
with relapsed FSGS after renal transplantation, who was treated by
plasmapheresis. After five procedures a sustained improvement in
the renal function was obtained. Reports published on
plasmapheresis for the treatment of FSGS before and after renal
transplantation are still limited to short-term results involving a
small number of patients. Some predictive factors for good responses
were identified by several investigators including the early start of
treatment after relapse and lower ages. The number of
plasmapheretic procedures to reach remission varies widely, and
should be determined on a case to case basis. Another possibility
presented by some investigators is prophylactic plasmapheresis,
but this still lacks evidence on efficacy. This case report is an example
of FSGS with a good response to plasmapheretic procedures,
showing a potential benefit of this treatment. However, further
controlled studies involving a higher number of patients are necessary.
. Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(2):193-197.
Key words: Focal segmental glomerulosclerosis; therapeutic
apheresis.
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